sábado, 18 de abril de 2009

Dear Otto...

_____Agora cai uma chuva forte lá fora. Eu não penso em dormir, ou melhor, não quero. O meu hábito de estudar madrugadas a fora destruiu meu relógio biológico e as minhas noções de tempo. Sinto-me presa aos livros como um velho ao tempo. Sinto-me, por vezes, casada, infeliz e sozinha.
_____Finjo! Cada vez mais e melhor, agora não só para mim, como também para toda a gente. Por quê? Tudo parece tão insuficiente. O que sou nunca é o bastante. Persigo demais a mim e me torturo por erros vãos. “Inacreditável”, eles diriam. Pra mim, nada mais que o trivial. Talvez por isso as realizações sejam sempre tão pequenas, tão inúteis.
_____Meus objetivos são reflexo da nossa realidade, não que esta seja sofrida ou angustiante, mas ela nós obriga a entender desde já o que podemos. Desejo poder. Poder possuir. Poder e possuir. Poder para possuir. Os obstinados sabem do que falo, os outros passarão por tudo isso despercebidos e com enfado.
_____A chuva parou, mas não sinto o cheiro da terra. Aqui a terra não cheira como doce caseiro ou algodão-doce de festa. Tudo agora é silencio porque o silencio é sempre tudo.
Maria Augusta

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